domingo, 31 de maio de 2009

A PORTA


Forte, tesa, absoluta. Frágil ao corte de um machado num roteiro de filme chamado "Iluminado". Mas existem portas intransponíveis. Chamamos as portas assim porque elas podem ser metáforas. A porta que K. queria era uma chance de poder tocar os lábios de Thelma. Ela andava de maneira lírica e era uma pedra bruta. Pingaram, em sua existência, lágrimas como se fossem o metal dourado da trinca de portas. K. nunca pudera amar como estava amando.
Sentado à frente da do seu quarto, imaginava rostos nas manchas do verniz da porta. O rosto de Thelma não estava lá. Estava em seu coração impedido por portas. K. estava sempre solitário. Como um deus grego castigado. Era violento e iluminado amor. (Geraldo Magela Matias)

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