sexta-feira, 3 de julho de 2009

POETAS E PENAS


No meio das folhas perdidas
há só vento,
ventania selvagem,
amarelas no outono.
O arrastar de folhas
faz o manto negro
cobrir o mundo;
mas há quem goste.
E quem gosta, gasta
de gastura as pupilas
e as mãos.
Chá, café e vidraças
vibrando.
Algo no coração escreve
saudades de amigos
e cachos de cajus roubados, avermelhados.
Todos distantes.
Ninguém sabe para onde o vento vai,
mas sabe de onde vieram os amigos.
Talvez anjos seguram suas penas
para que nenhum poeta seja vidente,
apenas um amontoado de aço escrevente.

Um comentário: