sexta-feira, 19 de março de 2010


Ela entrou num bar, ou melhor, numa espelunca. Lugar predileto de K. há anos. Por ali não existe a presença feminina, mas nessa noite aconteceu. Nane entrou. Com expressão cínica na face, pediu uísque e jazz. Sentou ao balcão e olhou para k., frequentador assíduo do bar. O corpo de Nane era perfeito. "E aí, cara, você é do bem ou do mal"?", perguntou a K. "Não sei o que é bem ou mal, senhorita, nem certo ou errado". Nane começou a sorver sua bebida em silêncio. Todos os homens tentavam chamar a atenção dela. Um mandou uma bebida como cortesia. Ela levantou-se e foi até a mesa do homem devolver a bebida, "vai tomar no centro do seu ..." Dançou sozinha com o copo de uísque na mão direita. Ria ao léo. K. observou que ela era casada. "Será que ela é bem ou mal casada?", perguntava a si mesmo K. Mas ele gostou dela. Não haveria necessidade de tocá-la, apenas caminhar e conversar. Ele até esperou por isso. Nane pediu outro uísque e o bebeu de uma vez só. Pagou, deixou gorjeta e foi embora. Todos ficaram atônitos. (Geraldo Magela Matias)

Um comentário: